segunda-feira, 27 de junho de 2011

Materia antiga - Carolina Kasting : Uma vida nos palcos

Quando Carolina Kasting, 35 anos, chega ao centro cultural Oi Futuro de Ipanema, Rio de Janeiro, logo se percebem alguns traços de sua personalidade: calma e ligeiramente tímida. Nos braços, a atriz carrega cuidadosamente uma saia previamente escolhida para este ensaio exclusivo para CONTIGO!.

''Pedi a uma amiga estilista esta roupa porque achei que ela funciona bem para poses paradas ou para movimento'', fala enquanto sacode os inúmeros babados para lá e para cá, lembrando os tempos de bailarina na infância, em Florianópolis.


Nem de longe parece a Judite, a vilã que interpreta em Escrito nas Estrelas
. Talvez por isso ela se divirta tanto com a personagem. ''É uma delícia exatamente porque não tem nada a ver comigo. Judite é má, do pior tipo, aquela que fica amiguinha e depois mostra as garras. Ela é camaleônica'', diz Carolina, que logo depois exibe as unhas ainda pintadas de preto, marca de Judite.

Bebê à vista?


Fora das telas, no entanto, a atriz é uma mãe superdedicada e não esconde o desejo de ter mais um filho. ''Cora está com 5 anos e nós duas queremos muito ter mais um bebê. Onde vejo um fico louca de vontade e ela cobra'', conta.


Os planos só estão sendo adiados porque Carolina quer se dedicar ao máximo ao papel de mãe. ''Vejo  muitas atrizes que carregam os filhos para as gravações. Não tenho nada contra, mas prefiro ter outro filho quando as coisas estiverem mais calmas e eu possa ter tempo para ficar com ele'', explica ela, sem esquecer de que a vida hoje exige múltiplos papéis.


''Sei que tudo pode mudar, mas esse é o meu plano e eu gosto de planejar as coisas'', comenta. Já a pequena Cora não vê o dia de ajudar a dar mamadeira e banho no irmão. ''Ela quer muito. Fica imaginando tudo o que faria com o bebê. É muito fofo'', derrete-se.


Parceria construtiva


Com o marido, o ator Maurício Grecco, 43, com quem está casada há 11 anos, Carolina mantém uma parceria dentro de casa e fora dela. Os dois atuaram juntos na peça infantil
O Groleto, que ficou em cartaz no Rio por seis meses e retorna aos palcos em São Paulo no início do próximo ano e depois segue para Florianópolis.

''Esta é nossa segunda produção. Na verdade foi a única forma que encontramos de fazer teatro. Ele tem 30 anos de experiência teatral e eu fiz pouco. Acabei atuando muito mais na TV. E juntos podemos fazer do jeitinho que a gente gosta e deseja.''


Ela admite, no entanto, que trabalhar com o marido tem os seus incovenientes. ''A questão de estar grudado o tempo inteiro pode complicar. Às vezes a gente fala um pro outro: 'Ai, não fala mais nisso. Resolve aí que eu vou resolver outra coisa'. Não dá para ficar o tempo todo em casa falando de trabalho'', revela.


''É difícil,  mas temos que nos esforçar para não ficar batendo na mesma tecla o tempo todo. Nossa relação é muito legal, de crescimento, de diálogo. Temos muito amor e companheirismo um com o outro'', conta a atriz.

Aposta no teatro


É ao marido que ela agradece e credita a mudança mais importante em sua vida: tomar as rédeas de sua carreira. Carolina nasceu em Florianópolis e desde criança vive nos palcos.


Bailarina, ela se apresentava em uma companhia local. Depois se mudou para Curitiba e, em seguida, para São Paulo, pensando em continuar com a carreira artística. ''Sempre me senti bem nos palcos. Era a caçulinha da turma de balé, a mascote mesmo, adorava dançar.''


Carolina chegou a trabalhar como modelo, mas não gostou. Quando entrou para a Oficina de Atores da Globo, sua carreira deslanchou. Da época do balé guarda a disciplina e a organização. ''Sou organizadíssima.'' Mas com o casamento descobriu o teatro e, mais do que isso, passou a produzir as próprias peças.

''Descobri que assim a gente pode ter voz. Não precisamos ficar esperando ser convidados para uma peça, podemos escolher o texto que queremos dizer e correr atrás dele. Foi quando passei a me ver como uma pessoa que pode realizar coisas importantes e gratificantes'', desabafa.

Supermãe


Quando Cora nasceu, há 5 anos, Carolina parou de trabalhar por um ano para se dedicar integralmente à filha. ''Sou canceriana, sou supermãe. Era um sonho de criança e, para mim, a melhor forma de educar é estar presente'', explicou.


Ainda hoje, Carolina está sempre por perto. Faz questão de levar a filha à escola, e Cora só não acompanha mais o trabalho da mãe porque não quer. ''É muito engraçado. Ela não tem vontade de ver a novela. Diz que é programa de adulto'', diverte-se Carolina.

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